1- O Enviado Pessoal do Secretário-Geral ao Saara Marroquino, Staffan de Mistura realizou visita na passada quarta-feira passada a África do Sul, ao convite do governo deste país.
Interroga-se se for consultado o Marrocos em relação a este assunto?
Sr. Hilal:
Em nenhum momento Marrocos foi consultado ou mesmo informado. Pelo contrário, uma vez tomamos conhecimento desta visita, antes de algumas semanas, foi exprimido imediatamente a objeção junto ao Sr. de Mistura, bem como ao Secretariado das Nações Unidas, de forma categórica por parte do Marrocos, além da rejeição de qualquer interacção com Pretória sobre a questão do Saara marroquino, apresentando as razões do porque negar esta visita.
Espera-se não se tratar de um desafio ao Marrocos por parte do Sr. de Mistura, mas antes de nada ser um simples erro de cálculo da verdadeira posição da África do Sul. De qualquer forma, Marrocos tem alertado claramente as partes sobre as consequências dessa visita sobre o processo político.
2- Quais são as razões legítimas e objetivas que levaram Marrocos a opor-se a esta visita a Pretória?
Sr. Hilal:
Lembra-se Marrocos ao Enviado Pessoal os fundamentos da sua missão, representados na carta da sua nomeação pelo Secretário-Geral das Nações Unidas, estipulando o que deve ser o trabalho exclusivo para com as quatro partes envolvidas no processo político, e dentro no quadro das resoluções do Conselho de Segurança desde 2007, além da Resolução 2703 de 30 de outubro.
Estas decisões não se referem de forma alguma à África do Sul, mas sim a qualquer alegado papel ou contribuição deste país no processo político.
Informando o Enviado Pessoal dos diferentes factores que possam impedir a intervenção da África do Sul na questão do Saara Marroquino, limitando-se a recordar que este país reconhece a entidade fictícia e apoia a “Polisario”, de forma política, diplomática, medial e militarmente.
Por todas estas razões, Marrocos nunca vai permitir que a África do Sul faça parte de qualquer papel na questão do Sahara marroquino. Pretória guardou e continua guardando prejuízo quanto a questão do Sahara marroquino.
2- Durante a sua conferência de imprensa após a sua reunião com o Enviado Pessoal, a Ministra dos Negócios Estrangeiros da África do Sul afirmou que o Enviado da ONU a informou sobre as abordagens atuais a serem discutidas nas Nações Unidas.
Quais as abordagens das quais se trata ?
Sr. Hilal:
Muito surpreendido sobre isso porque não tomei conhecimento do que fala o Ministro dos Negócios Estrangeiros do sul-africano ; o Marrocos não tem conhecimento de qualquer abordagem. Se houver abordagens, estas deverão ser discutidas com Marrocos e as restantes partes, e não com a África do Sul.
Para o Reino, existe apenas uma abordagem, é das mesas redondas, com a participação exclusiva de Marrocos, Argélia, Mauritânia e Polisário, de acordo com o que foi recomendado por sucessivas resoluções do Conselho de Segurança.
Assim, Marrocos expressa a sua esperança de que o Sr. de Mistura dedique mais esforços para persuadir a Argélia a retomar as negociações em forma de mesa redonda, como no caso de 2018 e 2019. Tendo um mandato claro e forte do Conselho de Segurança para facilitar uma solução política, realista, prática, duradoura ; baseada no consenso para acabar com este conflito regional.
A este efeito, a Sua Majestade o Rei Mohammed VI traçou o caminho para a resolução definitiva desta disputa regional, através da iniciativa marroquina para a autonomia, no quadro da soberania e integridade territorial do Reino. A visão de Sua Majestade o Rei decorre da sua força do direito internacional e da legitimidade do seu compromisso com os padrões estabelecidos pelas resoluções do Conselho de Segurança. Dado o amplo reconhecimento e apoio internacional ao Sahara marroquino, tendo em vista a iniciativa de autonomia que reforça a visão real e os territórios saharauis, marroquinos de uma vez por todas, até que Deus herde a terra e aqueles que nela vivem.
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